Tô tão feliz que meus jornalistas de jogos favoritos se reuniram de novo em um só lugar. O Aftermath foi direto para o meu RSS (e para minha barra de favoritos).

Como minha navegação na internet mudou nesses últimos meses

Minha saída do Twitter há alguns meses mudou profundamente a forma como eu navego na internet. Por mais de uma década, o Twitter servia como a verdadeira página inicial da minha navegação. Era o que eu abria primeiro para descobrir links que meus amigos ou pessoas que eu seguia estavam compartilhando, e começava minha jornada diária na internet por aí.

Com minha saída, o efeito imediato foi parecer que a internet encolheu consideravelmente. Meu tempo na frente do navegador diminuiu (um efeito bom!) e nenhuma das outras redes que tentam substituir o que o Twitter criou (o Bluesky, o Mastodon, o Threads) conseguiu me cativar da mesma forma. A maior parte do conteúdo nesses feeds aponta para eles mesmos, quando minha experiência no Twitter era a oposta. Eu clicava em links para fora, que me ajudavam a explorar tópicos que eu tinha curiosidade, mas que não sabia muito sobre. Foi assim que eu li sobre astronomia e ecologia e arquitetura e linguística. Tópicos que eu adoro ler sobre, mas preciso que pessoas me guiem para eu conseguir me aventurar.

Eu tomei algumas ações para me ajudar a substituir o Twitter da minha rotina de navegação na internet. Primeiro, eu adicionei a capa da Wikipédia inglesa como a página inicial do meu navegador. Todo o dia, de manhã, quando eu abro o Safari, eu recebo um trecho do artigo em destaque, algumas notícias e algumas curiosidades. É ótimo para aflorar minha curiosidade.

Eu também incrementei meu leitor RSS com mais blogs, mesmo que os temas não sejam muito do meu interesse. Antes, eu usava meu leitor RSS como minha fonte central dos sites que eu visito diariamente (Defector, Kottke, Waxy, etc.), então eu só adicionava nele os feeds de sites que eu lia todos os posts. Eu decidi criar uma categoria de “descobertas”, com feeds de sites e blogs (como o Colossal e o Atlas Obscura) de sites que eu visito ocasionalmente.

Por último, e eu acho que a mudança mais significativa pra mim, foi começar a acessar o Kagi Small Web quase que diariamente. Ele funciona tipo o StumbleUpon lá no início da web 2.0: sempre que você acessa, uma página aleatória carrega, com um post de um blog ou um álbum de fotografias de um fotolog, ou algo assim.

A diferença entre o Kagi e o StumbleUpon é a curadoria. O StumbleUpon aceitava praticamente tudo, então tinha muita chance de você ficar recarregando a página frequentemente até se deparar com algo realmente interessante. Existe uma curadoria no Kagi que permite apenas sites pertencentes à “small web”, um conceito que significa algo como a internet feita por sites de pessoas ou pequenas comunidades (geralmente, centralizadas nesses próprios sites). Então eu vejo blogs de um cozinheiro, ou atualizações de uma comunidade de observadores de pássaros, ou isso (que eu não tenho ideia do que seja).

O mais bacana é perceber como o Twitter, ou o Instagram ou outras redes sociais, parecem dar uma impressão de que a internet é pequena, quando na verdade existem milhares dessas pequenas comunidades por aí, sem muito interesse em se conectar com outras. É a forma que eu navegava na internet antes do Twitter também: eu encontrava algum fórum de um assunto que me interessava, e acabava adentrando uma comunidade com suas próprias regras e gramática. O Kagi tem me ajudado muito ultimamente a perceber que, embora o Facebook tenha matado muitas dessas comunidades nessas últimas décadas, existem outras tantas que prevaleceram e, conforme a gente vai se distanciando da época da centralização das mídias sociais, outras estão surgindo de novo.

Eu acabo adicionando vários desses sites que descubro no Kagi em uma pastinha de favoritos na minha barra de favoritos. Não são sites que eu acesso todos os dias ou acompanho seus feeds, mas que de vez em quando, enquanto eu dou uma pausa do trabalho ou procuro algo pra ler depois do almoço, eu gosto de sortear um deles para navegar em seus arquivos ou encontrar uma seção de comentários bacana. Faz um bem danado ler sobre coisas que eu não entendo, ou uma variedade de opiniões entre pessoas conversando (eu acho que quase toda a toxicidade da internet moveu pros comentários do Instagram e do YouTube, onde elas são mais impulsionadas) e trocando opiniões, ao invés de caçarem umas as outras. A “small web” é gigante e colorida e divertida, é como visitar uma feira do mercado de pulgas. Por que diabos existem pessoas interessadas nessa coisa extremamente específica? Porque existe beleza em todo o lugar.

Soraya Roberts, Defector:

The reason I keep thinking of that storm scene is because there seems to be a collective inability in our culture to sit in silence without saying something reflexively, particularly when that silence is pregnant with the kind of contradiction art is meant to produce. I know social media doesn’t exactly promote reticence or nuance of any kind, but this appears to be something more widespread. The compulsion to assess films, television series, music, books, anything, really, based on whether they are moral has leaked out of conservative enclaves into the mainstream. And just as equating the art with the artist has always struck me as a strange reduction, so too is equating the politics with the art

It’s hard to parse where this need for prescriptive morality comes from, particularly since prescription is the opposite of art’s intention. Art is intended to provoke questions, not provide answers. This new requirement for clear direction seems to have emerged not just from a culture which is in a constant panic over the prospect of being canceled—no matter how nebulous that threat is—but is also of a piece with the less abstract, more technical processing of art you find in fandom circles. These are places where explicit parameters must be set forth within which the audience then feels permitted to operate. This is an audience that needs rules, or else it doesn’t know how to react.

To read art is to be read by it. And the types who censor art are always the last to look in the mirror.

Eu não fazia ideia que a Jenna Stoeber tinha sido demitida da Polygon. Ela fazia meus vídeos favoritos do canal (pelo menos, aqueles que não eram os vídeos do BDG). Fico feliz que ela tenha continuado a produzir vídeos no YouTube.

Esse sobre as animações nos jogos da Nintendo é muito bom. Gosto de quando ela comenta que Animal Crossing é desenvolvido para que o tempo passe no jogo. Eu adoro também como nada no jogo é resolvido em menus, mas em diálogos. Quer visitar uma ilha? Tem que falar com o Willbur. Precisa editar o hino da cidade? Tem que falar com a Isabelle. Isso dá muita personalidade pro jogo e pra forma que você interage com ele.

Minha maior impressão de Super Mario Wonder até agora é de que esse é o Super Mario que Miyamoto teria feito em Super Mario Bros. 3 se a tecnologia pudesse. É… quase perfeito?

Se existe graça, A Árvore da Vida acredita que ela está no balanço das coisas: do nosso interior e do nosso exterior. Das maiores histórias e das menores. Do natural e da fé. Acho que não tem filme tão grande e tão pequeno, tão pessoal e tão divino, quanto esse. Ele encontra a graça na criação do universo, no acaso do início da vida, mas também na morte de um irmão, e do luto de sua mãe. A beleza, visual e narrativa, está em todas as coisas nesse filme.

fravery:

‘The castle in the summer haze‘
from the book “The Silent Traveller in Edinburgh” (1948)
by Chinese poet, author and painter Chiang Yee (1903–1977)